Atividade semana 08/06

Como abordar o tema da morte com uma criança a qual, recentemente, passou por uma perda? Tendo em vista que ela trouxe esse assunto para a sessão, por associação livre.

Lara Vieira da Silveira escreveu:Gostaria de saber como o psiquismo infantil compreende e relaciona-se com a sexualidade e como a psicanálise a trabalha.

Acredito que, como já estudamos anteriormente, a sexualidade nesse contexto está ligada a outros diversos fatores que não se resumem só aos órgãos genitais e a relação sexual, já que a criança vive sua sexualidade desde quando nasce, no contato com a mãe - através da amamentação por exemplo - e aos poucos no contato com o mundo externo. É uma sexualidade que diz respeito as trocas que esse corpo faz com o mundo, desde gestos da criança até o ato de colocar coisas na boca, como um meio de contato e de experiências (manifestando a libido). Assim, essa sexualidade não vai ser resumida a algo como excitação sexual como em outros contextos, mas a algo muito mais ligado a desejos e interesses da criança, que ao experimentar vai percebendo o que é prazeroso ou o que não é, a partir disso dando significado para as coisas e moldando aos poucos sua personalidade.

Kassiélen Fortes Rösler escreveu:Qual a diferença conceitual entre infância e infantil,  e qual sua relevância teórica?

A infância compreende o tempo de inscrição dos primeiros traços das experiências no psiquismo. Já o infantil está associado à sexualidade e ao inconsciente, constituindo-se como marca no psiquismo.

Caroline Goebel escreveu:

Kassiélen Fortes Rösler escreveu:Qual a diferença conceitual entre infância e infantil,  e qual sua relevância teórica?

A infância compreende o tempo de inscrição dos primeiros traços das experiências no psiquismo. Já o infantil está associado à sexualidade e ao inconsciente, constituindo-se como marca no psiquismo.

É importante diferenciarmos esses dois termos pois, para a Psicanálise, o infantil é visto como um conceito central correlato ao inconsciente. O importante, para essa linha teórica, é a dimensão do sujeito, como ele articula seu desejo e como se posiciona frente ao outro. Diante disso, mesmo nos casos onde adultos procuram análise, eles o fazem movidos por uma insatisfação em não corresponder aos ideais de maturidade e independência almejados. Expressam um modo de funcionamento infantil por pressuporem que existe um modelo ideal de adulto ao qual devem seguir. Para a psicanálise não existe adulto porque esse ideal de realização é imaginário e quando alguém procura análise, o que o move são traumas e fantasias infantis.

Caroline Goebel escreveu:Como abordar o tema da morte com uma criança a qual, recentemente, passou por uma perda? Tendo em vista que ela trouxe esse assunto para a sessão, por associação livre.

Acredito que o primeiro aspecto a ser levado em consideração é a idade da criança, pois a sua experiência de vida e a sua personalidade são fatores que influenciarão diretamente em sua postura para enfrentar a perda.
Além disso, o grande foco do problema é que uma criança, geralmente, não tem dimensão do que é a morte em si. As crianças em luto expressam seus sentimentos muito mais através de seu comportamento do que de suas palavras.
Como aprendemos em semestres passados, é importante que a família fale sobre o assunto com clareza, e nunca, de forma alguma, falar que a pessoa falecida virou uma “estrelinha”, para que assim, essa criança possa elaborar aos poucos seu luto, sem mascará-lo com histórias que podem trazer consequências futuramente.

Caroline Goebel escreveu:Como abordar o tema da morte com uma criança a qual, recentemente, passou por uma perda? Tendo em vista que ela trouxe esse assunto para a sessão, por associação livre.

RESPOSTA DA COLEGA SÔNIA (ela não conseguiu acessar ao fórum pelo seu e-mail)

As perdas e a morte fazem parte do desenvolvimento humano desde o nascimento até o fim da vida. A criança pequena pode viver experiências de morte, mas ainda não sabe que da morte ninguém volta, e que essa acontece com pessoas queridas (pais, avós, amiguinhos, animais de estimação). Por isso são importantes esclarecimentos e a acolhida dos sentimentos. Os adultos familiares (pais, tios, avós, professores) são modelos para criança, um porto seguro. Essas primeiras experiências deixarão marcas profundas na vida de cada um de nós. sendo assim va depender da idade e desenvolvimento emocional da criança para o tema ser desenvolvido.

DÚVIDA DA SÔNIA:

Qual seria a técnica psicanalítica mais adequada para desenvolver com uma criança de 9 anos? Ela apresentaria sintomas de perda de sono, medo de estar sozinha até no banho, ela teria vindo de uma segunda gestação onde a anterior sua mãe teve um aborto espontâneo, já na primeira sessão ela falaria que seus pais sempre falavam e ainda é presente do irmão que morreu na barriga.