Atividade semana 22/09

Em situações que o ambiente externo não é o maior aliado para o bom desenvolvimento da criança, necessitando mudança do setting físico, pois é visível a pouca valorização/desconhecimento do trabalho terapêutico pelos responsáveis, que não assumem o compromisso de levar a criança ao atendimento. Assim sendo, essa mudança de setting pode prejudicar a continuidade do tratamento?

Quais são os possíveis erros mais cometidos pelo terapeuta no que diz respeito ao setting terapêutico?

Quais as dificuldades com relação ao setting, no tratamento de crianças com transtornos comportamentais disruptivos?

Como perceber que as quebras no contrato inicial, que muitas vezes resultam na quebra das "regras" do setting, são resistências? Por exemplo, como identificar que os atrasos do paciente ou o não pagamento das sessões se trata realmente de uma resistência ou se acontece por outras questões?

Marianna Guimraes escreveu:como o terapeuta se prepara para o setting?

Acredito que tudo inicia mesmo antes do recebimento do paciente, quando o terapeuta organiza e arruma a sua sala e se prepara para os atendimentos. Depois, o processo se dá entre o terapeuta e o paciente, onde o mesmo começa a explorar as questões do contrato, deixando claro todos os passos do setting e o porquê disso ser importante. É de extrema importância que o setting seja mantido para que o andamento da psicoterapia ocorra de maneira correta e com benefícios para o paciente, além de ser de extrema importância para a transferência e para a contratransferência.

Marcela Gowert escreveu:Mudanças no Setting terapêutico podem afetar nas formas de reações das crianças e no andamento das sessões? Como lidar com isso?

Acredito que mudanças no setting possam sim afetar a criança e o desenvolvimento do processo terapêutico, pensando que as reações podem variar de acordo com a faixa etária em que elas se encontram e também com as patologias que elas possuem. Algumas crianças com transtornos mais graves ou avançados, acredito que as mudanças no setting como trocas de sala, ou de modificação de jogos, brinquedos, possam afetá-los, e com isso, refletir nos seus comportamentos ou em resistências durante o processo terapêutico.

O excesso de materiais como jogos e brinquedos no setting, pode fazer com que de alguma forma, isso seja prejudicial para as sessões e o processo terapêutico como um todo?

Como lidar com a transferência infantil no setting terapêutico?

carolina schiavon escreveu:O excesso de materiais como jogos e brinquedos no setting, pode fazer com que de alguma forma,  isso seja prejudicial para as sessões e o processo terapêutico como um todo?

De maneira geral, é necessário que nunca haja excesso de brinquedos e jogos no setting, pois pode ser uma fonte de distração para a criança, fazendo assim com que a mesma não consiga focar no processo terapêutico e nas intervenções em si. O apropriado, é que cada criança tenha sua caixa com seus brinquedos e seus materiais e que haja também brinquedos e jogos compartilhados.

Marcela Bueno

Como é o setting para crianças?

Marianna Guimraes escreveu:como o terapeuta se prepara para o setting?

A preparação do terapeuta para criar e manter um setting se dá pelo tripé: estudo, terapia ou análise e supervisão. Quando mais os elementos dessa tríade se abastecerem e complementarem melhor preparado para o atendimento e para os enquadres que a prática terapêutica solicita.

Como definir os brinquedos que ficarão nas caixas individuais e aqueles que serão de uso coletivo?

No setting terapêutico com crianças, o que deve conter na sala e como organizar-la, os brinquedos e outros materiais?

Vitória Silva de Castro escreveu:Como se dá a condução do setting terapêutico com crianças com transtorno de conduta?

Imagino que se tente estabelecer um vinculo do jeito que for possível.

Quais são as principais consequências (tanto positivas quanto negativas) ao identificarmos a necessidade e posteriormente promovermos alguma mudança no setting terapêutico?

No setting físico acredito que vários fatores são importantes para o melhor andamento do processo terapêutico, mas gostaria de saber qual deles poderia ser descrito como o principal, o que não pode faltar?

Vitória Coelho Lindemann escreveu:Se sabe que em pacientes muito regressivos, como é o caso de crianças autistas, o setting deve ser como uma “incubadora” que fornece condições para integrações básicas que ainda não foram realizadas pela criança. Minha dúvida é sobre como o terapeuta organiza o setting no tratamento de crianças autistas?

Muitas crianças com autismo podem apresentar dificuldades em processar os estímulos sensoriais do ambiente, o que pode fazer com que elas se distraiam pelos vários sons, imagens, texturas, e sensações em seu corpo. Quanto mais simplificado o ambiente sensorial de uma criança, mais fácil será para ela focar em interações sociais e no aprendizado de novas habilidades. É importante, então, simplificar o ambiente para diminuir a exposição de estímulos. Uma sala que seja mais silenciosa e longe de distrações (como uma quantidade grande de brinquedos expostos, paredes muito coloridas, sons altos vindo da rua) pode fazer toda diferença nos avanços da criança autista no setting terapêutico. Além disso, a criança se sentir confortável, onde está sentada realizando atividades por exemplo, pode ser fundamental no rendimento da atividade, assim como a luminosidade e temperatura adequada.

carolina schiavon escreveu:O excesso de materiais como jogos e brinquedos no setting, pode fazer com que de alguma forma,  isso seja prejudicial para as sessões e o processo terapêutico como um todo?

Sim, imagino que com crianças hiperativas, por exemplo, possa ser um pouco difícil a exposição de vários brinquedos ao mesmo tempo, tendo que focar em apenas um brinquedo em que esta sendo realizada qualquer atividade. Da mesma forma, com crianças autistas o excesso de jogos e brinquedos pode ser uma quantidade grande de estímulos, prejudicando o foco da criança.

Sabemos que o modo como se organiza o setting terapêutico pode fazer toda diferença na psicoterapia, mas gostaria de saber se existem elementos essenciais para a harmonia do setting?

Carolina Julio escreveu:O que não pode faltar em um bom setting terapêutico com crianças?

Oi Cacá, acredito que o setting psicoterápico é, de modo amplo,  o espaço de promoção das expressões,  manifestações e demandas do paciente. Considerando os processos e as vivências que compõem o universo infantil, penso que o setting deve estar em consonância com a etapa de desenvolvimento da criança, assim como oferecer a neutralidade necessária aliada aos instrumentos, em especial lúdicos, para o adequado estabelecimento da aliança e desenvolvimento do processo terapêutico

Como lidar com transferência no setting infantil?
A criança age muito mais por ação física do que o adolescente e o adulto, então temos que observar as ações da criança ão brincar, como que ela age com os brinquedos ou como ela desenha
Igor Villela

Quais mudanças no setting está acontecendo na pandemia? Você acha isso evitável?( olá! Tinha postado a pergunta há uns quatro dias atrás,mas ela sumiu ou foi parar em outro lugar do fórum . A resposta me atrasei.) Igor Villela Marroni